Celso furtado

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CCSA – CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CURSO: CIENCIAS ECONOMICAS
DISCIPLINA: ECONOMIA BRASILEIRA I

Celso Furtado, ainda antes de se intensificar o processo de liberalização, abertura e “internacionalização do mercado interno”, dedicou-se em Brasil: a construção interrompida à análise do movimento que se difundia em escala mundial, denominado “globalização”, associado aos processos de liberalização.
O livro fora publicado em 1992, contudo, graças à capacidade intelectual do autor e ausência de vontade política por parte dos grupos políticos, sociais e econômicos dominantes, internos e externos, em alterar o curso desse processo, as formulações presentes em “Brasil: a construção interrompida” conserva uma desagradável atualidade.
Segundo Furtado (1992), a partir da década de 1980 se apresentava claro que estava em curso uma complexa transição estrutural com reacomodações nas relações entre os centros de poder, tanto de natureza econômica como política. Esse processo surge como corolário a transnacionalização das empresas, especialmente norte-americanas, que descentralizaram parte de seu sistema de produção, constituindo um novo sistema de poder, debilitando os centros nacionais e consolidando estruturas de poder transnacionais.
A partir desse momento, o motor do crescimento deixa de ser a formação do mercado interno para se apoiar sobre a integração com a economia internacional, prevalecendo à estrutura de decisões transnacionais, voltadas para a mundialização dos circuitos de decisões, em atrofia dos mecanismos de comando dos sistemas econômicos nacionais.
A rápida integração dos sistemas monetários e financeiros levou a perda do controle dos fluxos de liquidez internacional pelos bancos centrais, dando origem a uma nova situação “em que a própria ideia de sistema econômico nacional passou a ser apresentada como anacronismo”.
Nesse quadro, a grande questão que aflige Furtado (1992) diz