Cecilia meireles
Cecília professora:
Órfã de pais na primeira infância, Cecília Meireles foi criada pela avó materna Jacinta Garcia Benevides que faleceu quando Cecília contava dezesseis anos (1917). No mesmo ano da morte da avó, terminou o Curso Normal e começou a lecionar, inicialmente, num sobrado da Avenida Rio Branco, transferindo-se depois para a Escola Deodoro.
Em 1929, inscreveu-se no Concurso para a cátedra de Português e Literatura Brasileira da Escola Normal do Distrito Federal. Foi uma disputa acirrada e tensa. A banca examinadora era constituída pelos notáveis: Alceu Amoroso Lima (Tristão de Athayde), Antenor Nascentes, Coelho Neto e Nestor Vítor. A tese apresentada no concurso – “O espírito vitorioso” – defendia a modernização do ensino, seguia os preceitos da Nova Escola e fundamentava-se nas ideias dos educadores Fernando de Azevedo e Anísio Teixeira.
O outro candidato do concurso era Clóvis do Rego Monteiro. Os dois obtiveram a mesma nota (8,5), mas Cecília foi preterida. O escolhido foi Clóvis do Rego Monteiro. Qual teria sido o motivo da rejeição à Cecília Meireles? Era mulher? Era a favor do ensino laico? Ficam as interrogações.
Em carta aberta ao Diretor da Instrução Pública do Rio de Janeiro e publicada depois no Diário de Notícias (27/08/1930), Cecília acusa a banca examinadora de não estar afinada com o espírito da escola novista.
Mas a professora não desiste, parte para outras lutas. Entre 1936 e 1938 leciona Literatura Brasileira e Técnica e Crítica Literária na Universidade do Distrito Federal. Em 1940, é convidado para proferir palestras de