catadores de lixo

Para se ter uma ideia da gravidade do problema do lixo, utilizar-se-á os dados do
Panorama dos Resíduos sólidos no Brasil, estudo realizado pela Associação Brasileira de empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2011), que foi divulgado no dia 26 de abril de 2011, durante o Fórum Brasileiro de Resíduos Sólidos: Constatou-se que o Brasil produziu quase 61 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, isto resulta numa média de 378 Kg de lixo por ano por brasileiro, sendo este volume 6,8% superior ao registrado em 2009. Este índice é seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período.

O catador é o sujeito mais importante na cadeia produtiva, sendo que está na ponta do processo produtivo fazendo cerca de 89% de todo o trabalho porém é quem menos ganha, sendo o mesmo responsável por cerca de 60% de todo os resíduos que são reciclados no Brasil hoje (WALDMAN, 2011, p. 10).
A contribuiçãde Waldman (2011) é no mesmo sentido, segundo o autor: “cerca de 1 milhão de catadores reciclam 13% do lixo produzido no Brasil. Sem eles, não haveria indústria de reciclagem . Mesmo assim a sociedade os discrimina” (WALDEMAN, 2011, p.
10).
Por exemplo, a economia informal está plenamente articulada com a economia formal, como evidencia o caso dos recicladores de lixo independentes que vendem os seus produtos a intermediários, que por sua vez, os vendem às grandes companhias produtoras de papel. O caso dos recicladores mostra ainda que as formas econômicas populares são fontes de produtos, serviços e mão-de-obra barata para o setor moderno da economia . Daí que este tipo de atividade possa, por isso mesmo, facilitar, mais do que impedir, a exploração das classes populares
(RODRIGUES, 2005, p. 334).