Caso dos denunciantes invejosos
CAMILLA ZUQUIM TANGERINO
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Martin Carnoy, no capítulo 2 (dois) de seu livro “Estado e Teoria Política”, mostra um pouco sobre a concepção que Marx possui acerca do Estado e da Política em dois momentos diversos de sua vida. A primeira concepção foi influenciada por Hegel e pela realidade observada na Prúcia, e mostra que o Estado e o poder social estão separados, pois o primeiro tende sempre a querer garantir seus próprios interesses. A segunda concepção foi fortemente influenciada por Engels e pela realidade observada em Paris durante algumas de suas viagens, e percebia-se claramente a separação entre o Estado e a Sociedade Civil, ou seja, os objetivos e convicções divergentes.
Algo comum a essas duas concepções é o fato de que mostravam formas diferentes de uma mesma coisa: a organização da burguesia (classe dominante) para fazer com que seus interesses próprios fossem mais levados em conta na hora de determinadas decisões do que os interesses do restante da população.
O Estado é percebido como uma estrutura de manutenção das relações materiais de produção, cuja existência é necessária, pois reflete determinadas “coisas” distribuídas e/ou consumidas. Essas “coisas” é que vão nortear a maneira que a sociedade deve moldar o Estado. Essa é uma concepção materialista da história.
Autores como Hegel, Hobbes, Locke, Rousseau e Smith apontavam o Estado como responsável a manter, através das relações de produção, a “coletividade social” ou o “bem comum”, e isso significava sobrepor os interesses das classes aos interesses particulares. Marx, batendo de contra com tal visão, diz que o Estado não tem como garantir o “bem comum”, pois ele é um instrumento de dominação das classes dominantes, que não se preocupa em “curar as feridas” das classes dominadas. A dominação é garantida com a manutenção das P.P. (Propriedades Privadas) pelo braço repressivo do governo ou aparelho repressivo da burguesia.