Caso coteminas
Ele não está mais sozinho
O empresário Josué Gomes da Silva construiu uma das maiores indústrias têxteis do mundo. Agora, está aprendendo a dividir o poder
Por Larissa Santana | 07.08.2008 l Revista EXAME O empresário Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas, a maior companhia têxtil do Brasil, reduziu recentemente a freqüência de suas viagens. Nos últimos dois anos, ele foi aos Estados Unidos mais de 40 vezes — em média, uma vez a cada quinzena. Josué estava ocupado em administrar pessoalmente a integração da Springs, maior fabricante americana de produtos têxteis, comprada pela empresa de sua família no final de 2005. A reestruturação exigiu o fechamento de dez fábricas nos Estados Unidos, num processo de transferência da produção para o Brasil encerrado no início deste ano. Desde então, as três fábricas americanas que restaram são tocadas por um presidente local, o executivo americano Tom O’Connor, que antes ocupava a vice-presidência da Springs. “Agora diminuí as viagens para lá pela metade”, diz Josué. A redução de suas visitas à operação americana é um exemplo de uma mudança recente de seu papel dentro da Coteminas, onde construiu toda a sua carreira. Josué está à frente da empresa desde o fim de 2002, quando seu pai, José Alencar, deixou a Coteminas para assumir a Vice-Presidência da República. Formalmente ele hoje concentra várias atribuições dentro do grupo. Além de controlador, presidente do conselho de administração e principal executivo da Coteminas, a holding controladora, Josué é diretor de relações com investidores da Springs Global, a nova empresa operacional resultante da compra da Springs. “Ele sempre tomou as decisões estratégicas e operacionais porque conhece o setor como ninguém”, diz o sócio de um fundo de