Caso BIOMM
A Biomm é uma empresa de biotecnologia sem fábrica. O seu capital é o conhecimento em biotecnologia e em negócios e a experiência de mercado. Sediada em Belo Horizonte, a empresa desenvolve processos para a produção de proteínas terapêuticas recombinantes, tecnologia própria para o desenvolvimento de medicamentos como insulina e diversos tipos de vacinas, por exemplo. Uma das estratégias da Biomm é um constante intercâmbio tecnológico com empresas e universidades de todo o mundo, o que resulta na criação de redes de inovação. “Atuamos na cadeia produtiva que vai da descoberta do medicamento à farmácia”, diz Luciano Vilela, diretor de tecnologia. Seus clientes são países, grupos empresariais ou indústrias farmacêuticas interessados em implantar fábricas como, por exemplo, de hormônio para crescimento. “Os contratos envolvem valores que podem chegar a US$ 200 milhões”, afirma Vilela, que invoca as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para manter os clientes no anonimato.
Desde 2002 a empresa passou a ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e tem mais de 500 acionistas. Recentemente, todos foram comunicados – por meio de publicação de fato relevante – que a Biomm está em fase final de negociação com um cliente na Ásia. A chave para os negócios da Biomm é o domínio tecnológico, no caso a receita e a descrição do processo de produção de proteínas por DNA recombinante. Aos investidores interessados a empresa repassa a tecnologia de produção, orienta na compra dos equipamentos e nas obras de construção civil, treina e qualifica os funcionários, implementa métodos de controle de processos, entre outros. “Isso tudo vira um projeto. A tecnologia é transferida para o cliente e para a planta. Ao final, fazemos o start up da empresa. Os contratos são individuais e somos remunerados pelas licenças e royalties.”
A experiência da Biomm se justifica: a empresa é um spin off da Biobrás, empresa biofarmacêutica instalada em Montes Claros,