Case cocacola
César Nogueira
Na semana passada, o empresário goiano João Alves de Queiroz Filho fechou o maior negócio da história da indústria de alimentos no Brasil. Vendeu a Arisco, uma potência do setor, aos controladores americanos de sua concorrente Refinações de Milho Brasil, a Bestfoods. Com essa transação, no valor de 490 milhões de dólares, Júnior, como é conhecido no meio empresarial, estufou a carteira e fechou com louvor uma trajetória que deixava boquiabertos os especialistas em negócios. Embora seja o personagem principal desta reportagem, o leitor não vai encontrar nestas páginas nenhuma foto de João Alves de Queiroz Filho. Em nome da segurança, ele é avesso à exposição pública. Não esconde, porém, o breviário que usou para fazer bons negócios vendendo tempero para comida. Uma de suas máximas: "Paredes e máquinas não valem nada. O que vale é a marca e a distribuição", afirma.
Com idéias desse tipo e muito dinheiro no bolso, Júnior não vai ficar parado. Está de olho nas privatizações dos setores de energia e telefonia. "Tudo que for serviços me interessa", diz. Mas, enquanto não se aventurar por outras áreas, o empresário continuará dando expediente no escritório da Arisco, como consultor dos novos controladores da empresa. "Ele vai nos assessorar nos próximos três anos", diz Bráulio Marchio, executivo da Bestfoods que vai presidir a Arisco daqui para a frente. A Bestfoods é uma potência. Fatura quase 9 bilhões de dólares por ano, dos quais 6 bilhões vêm de operações fora dos Estados Unidos, onde está sediada. Por intermédio de sua subsidiária no Brasil, a Refinações de Milho Brasil, ela opera com marcas fortíssimas, como Hellmann's, Knorr, Mazola e Maizena. Vendeu 700 milhões de reais em 1999. Tem muito a aprender com o criador da Arisco. A especialidade da Arisco, com arsenal de mais de 200 produtos e faturamento de 1 bilhão de reais, é justamente a banda do consumo popular. "Rico faz