CASAR SIM, MORAR JUNTO NÃO!
Josiane Golin Leila Cavalcanti
INTRODUÇÃO
Em nossa cultura, casar significa morar junto, conviver, dividir o mesmo espaço. Estamos nos referindo aos casais que se amam, e que almejam ter uma vida em comum. Casar e morar em casas separadas pode significar para a sociedade, um estranhamento nas formas históricas de constituição familiar. Este tipo de relacionamento conjugal também permeia historicamente a construção da conjugalidade em nossa sociedade.
De acordo com diversos autores (ARAÚJO, 2002; FÉRES-CARNEIRO, 2009; RIOS E GOMES, 2009; OSÓRIO, 2002) o casamento contemporâneo é influenciado pelos valores do individualismo e pela qualidade da relação conjugal que ambos os cônjuges determinam. Na escolha amorosa, a atração é seletiva, entrando em cena a organização inconsciente do casal, demarcando os contornos do tipo de conjugalidade que os mesmos adotam.
A identidade de um casal é mantida pelo desejo dos dois em serem este casal. É neste momento que vêm à tona as necessidades individuais, onde cada parceiro percebe suas próprias vontades, limites, medos, objetivos, nos quais são muito individuais. Se o relacionamento é bem estruturado, pode-se então falar a respeito, e ser compreendido pelo outro em seus ideais únicos. E então, de comum acordo, ambos podem decidir o que fazer para preservar o próprio bem estar e o do relacionamento/casamento. O casamento representa, para cada um desses sujeitos, a separação da sua família de origem, quando os cônjuges se distanciam desta, e posteriormente começam a buscar uma aproximação com o outro para constituir uma nova família através