Guia do Oficial de Justiça Espiritualizado
9. Somos também a mão das injustiças?
Muitas vezes precisamos cumprir mandados notoriamente injustos, ou que, mesmo tecnicamente perfeitos, nosso “feeling” nos leva a esta conclusão. Também podemos ter a sensação de injustiça ao sabermos que o réu “safou-se”.
Não, ninguém sofre injustamente, mesmo que pareça. A injustiça de hoje é a colheita do ontem.
Ontem, movimentamos o judiciário por vingança. Hoje, colhemos os frutos de um processo por motivação emocional e vingativa. Ontem, deixamos de reparar um erro por falta de provas contra nós. Hoje, provas injustas nos alcançam. Ontem, escusamo-nos de dar nosso testemunho em favor da justiça. Hoje, testemunhas calam e a verdade não chega ao processo.
Ontem, compramos favores para escaparmos à justiça dos homens. Hoje, sofremos como vítimas da corrupção do sistema.
Ontem, deixamos nossos ex-cônjuges ao abando financeiro e moral, por ganância ou vingança. Hoje, recebemos uma decisão injusta em uma vara de família.
Ontem, deixamos dezenas de empregados ao desemparo. Hoje, nos indignamos com as ações trabalhistas que consideramos injustas.
O questionamento do porquê da injustiça em um processo judicial, no cumprimento de um mandado, é o mesmo que fazemos quando, por exemplo, vemos um bebê que nasce com alguma deficiência. “Por que, se ele é tão inocente e nada fez de mal?” Causas anteriores do sofrimento humano. Ou a extensão da lei de causa e efeito para nossa anterioridade espiritual.
Criamos dívidas e inimigos, prejudicamos, desrespeitamos, a nós mesmos e aos outros. O sofrimento é maneira que a justiça natural, ou a Justiça Divina, usa para que evoluamos. Assim, aprendemos a não fazer aos outros o que não queremos para nós, aprendemos a amar e sermos amados, a respeitar e merecer o respeito alheio.
Não, não é Deus que nos pune, somos nós que atraímos o aprendizado que necessitamos. Às vezes, deliberadamente escolhemos nossas provações, aquilo que precisamos para