Casa grande e senzala-criticas

493 palavras 2 páginas
na opinião de outros sociólogos contemporâneos, alguns deles ligados à esquerda do movimento negro e de uma linha mais marxista e menos culturalista, o ideal da miscigenação adquiriria uma nova roupagem na obra “Casa Grande e Senzala”, passando a ser vista como mecanismo de um processo, o qual teria como fim a democracia racial (expressão usada por Gilberto Freyre só muito mais tarde).
Segundo Clóvis Moura, "Gilberto Freyre caracterizou a escravidão no Brasil como composta de senhores bons e escravos submissos". O mito do bom senhor de Freyre seria uma tentativa no sentido de interpretar as contradições do escravismo como simples episódio sem importância, e que não teria o poder de desfazer a harmonia entre exploradores e explorados durante aquele período.
Relata Martiniano J. Silva que a miscigenação é um velhíssimo processo de enriquecimento racial e cultural dos povos, capaz de gerar civilizações, e que ocorre de forma livre e democrática. Afirma que historicamente a miscigenação de raças no Brasil “nunca foi tratada e nunca existiu como um processo livre, espontâneo, e, portanto, natural, de união entre dois povos.” Ao contrário, como reafirma Silva, a dignidade da mulher negra teria sido violentada, atingindo sua honra no âmbito moral e sexual, através de uniões mantidas a força, sob a égide do medo, da insegurança, onde as crianças eram concebidas legalmente sem pai, permanecendo no status de escrava, não havendo assim nenhum enriquecimento racial e cultural de civilização alguma. Conclui dizendo que é preciso que não se confunda a descaracterização de um povo pela violência sexual com a hipótese de uma democracia racial.
O próprio Freyre, na obra em apreço, corrobora essa violência, embora um tanto acanhadamente:«Nenhuma casa-grande do tempo da escravidão quis para si a glória de conservar filhos maricas ou donzelões. O folclore da nossa antiga zona de engenhos de cana e de fazendas de café, quando se refere a rapaz donzelo, é sempre em tom de

Relacionados

  • Resenha crítica do Capitulo I da obra Casa Grande & Senzala
    1263 palavras | 6 páginas
  • Resenha crítica do Capitulo I da obra Casa Grande & Senzala
    1248 palavras | 5 páginas
  • Saudosismo e crítica social em Casa grande & senzala: a articulação de uma política da memória e de uma utopia
    1338 palavras | 6 páginas
  • Casa grande e senzala
    6610 palavras | 27 páginas
  • Criticas a Gilberto Freyre
    992 palavras | 4 páginas
  • Casa Grande e senzala
    970 palavras | 4 páginas
  • Repercussãoo de Casa Grande Senzala
    1518 palavras | 7 páginas
  • Gilberto Freyre
    1469 palavras | 6 páginas
  • Trabalho - Gilberto Freyre (Casa Grande e Senzala)
    2261 palavras | 10 páginas
  • Resenha Casa-grande & Senzala- Gilberto Freyre
    2087 palavras | 9 páginas