Carvao Vegetal
A fabricação de carvão vegetal é prática conhecida desde longa data na história da humanidade havendo referências de sua fabricação há vários séculos. Mas o grande desenvolvimento sofrido pela indústria do carvão vegetal ocorreu mesmo durante o curso da 2ª Guerra Mundial. Nesse período, diversos cientistas e técnicos europeus dedicaram uma parte de suas actividades ao estudo da obtenção do carvão vegetal. Os objectivos eram múltiplos: fornecimento de matéria-prima para a indústria, produção de carvão para gasogénios, síntese de combustíveis, etc. (Brito & Barrichelo, 1981).
O carvão vegetal sempre foi visto como uma matéria-prima de segunda categoria, de baixo custo, obtido por actividades secundárias de desmatamento de florestas naturais. Com a escassez destas florestas e a baixa disponibilidade das fontes energéticas convencionais, o carvão vegetal passou a ter um papel principal como fonte de energia, vital para a vida doméstica de milhões de habitantes dos países em vias de desenvolvimento. (Sardinha, 2008).
Segundo Sardinha (2008), basicamente, há duas formas para garantir a sustentabilidade do uso do carvão vegetal. Primeiramente, buscando garantir o estoque florestal necessário ao atendimento da demanda, seja por meio do maneio sustentado da vegetação nativa ou com plantios de espécies arbóreas adaptadas às condições de semi-aridez, em locais adequados. Complementarmente, deve-se também buscar garantir a maior eficiência possível na transformação da lenha em carvão vegetal. A adopção de melhores formas de produzir o carvão, com melhores índices de conversão da lenha para carvão, tem implicações na economia dos recursos florestais e na rentabilidade da actividade, com impactos ambientais e socioeconómicos favoráveis.
Os combustíveis lenhosos em Moçambique são obtidos a partir de árvores de floresta natural, mangais, dos restos da derruba para novas machambas, árvores mortas e plantações florestais como também de podas de árvores nas cidades