cartão cidadão
“Foi o dia mais feliz da minha vida” exclamou Mário Soares esta terça-feira, numa conferência dedicada aos 40 anos da revolução de Abril e organizada pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na qual também participou Francisco Pinto Balsemão.
O antigo Presidente da Republica reforçou que a Revolução foi feita “exclusivamente por militares”, a quem “devemos tudo”.
Entre momentos caricatos e troca de palavras cúmplices entre os convidados, o que ressaltou foi que, referindo-se a situação atual, Mário Soares é de opinião que os partidos – a nível nacional e europeu – são fundamentalmente populistas e que se isso não acabar, a Europa “vai para o abismo”. Em Portugal defende a queda do atual governo e que “[o] Presidente da República desapareça também”.
Já o Francisco Pinto Balsemão, não acredita na vitória do PS nas próximas eleições, embora concorda que “com a democracia que temos, não conseguiremos continuar”. Declara “balanço positivo” nos últimos 40 anos, apontando a entrada na União Europeia e na Zona Euro como os momentos mais “relevantes” deste periodo.
Dirigindo-se a plateia, o antigo primeiro-ministro chama a atenção para “quem manda”, apontando para os "novos poderes, não controláveis pelos mecanismos democráticos”, a ameaça das “grandes multinacionais” - dando o exemplo do Grupo de gestão de investimentos BlackRock – e às agências de rating.
Balsemão defende que para assuntos como saúde, educação e justiça é indispensável haver "um consenso", para definir um programa que se prolongue “por pelo menos duas legislaturas”, independentemente de quem está no Governo.
Refletindo sobre o futuro, Balsemão defende os sistemas de autorregulação, e a cada vez menor necessidade do Estado, e uma crescente participação direita dos cidadãos.
Conclui com uma advertência sobre a importância que o jornalismo tem numa democracia, menciona tambem que “a