cartaz da bienal de 1955 por alexandre wollner
Neste projeto gráfico de Wollner percebe-se a preferência pelos elementos gráficos simples e precisos, dentro das práticas construtivas: composição abstraía de caráter geométrico, uso de letras desenhadas com base nas formas elementares e texto predominantemente composto em caixa baixa. Elege como tema a progressão geométrica e o triângulo, rebatendo-o em diferentes direções para, através da sua repetição, imprimir ritmo ao cartaz. As cores complementares usadas por Wollner, laranja e azul em dois tons, contrastam e fazem vibrar a composição. As letras brancas, de simplicidade construtiva, ganham destaque recortadas contra o fundo azul escuro, que as ressalta aos olhos do espectador, como que se estivessem iluminadas.
Este é o primeiro cartaz no qual a linguagem gráfica ganha autonomia em relação à pintura. É uma situação oposta à da primeira bienal: lá, o autor era um artista construtivo e também um designer bissexto. As formas sucedem-se em progressão matemática – a diagonal de cada quadrado configurado pelos pares do triangulo tem a mesma medida do lado do quadrado seguinte -, enquanto os textos são cuidadosamente diagramados de modo eu o cartaz inteiro obedeça a um único princípio compositivo.
Consegue acumular o máximo de informação com o máximo de qualidade em espaços limitados. O conjunto de cartazes em exposição mostra exatamente isso: imagens e composições sintéticas, que nem por isso deixam de ser complexas em diversos sentidos. Para o autor a linguagem utilizada nos cartazes é diferente das obras convencionais, pois eles carregam a responsabilidade de informar e comunicar de forma inteligente. A mensagem deve ser clara, breve, precisa. Tratar de um só assunto, eliminando o que não