Carta de opinião sobre a redução da maioridade penal
É fato que o Brasil, apesar de ser a sétima economia mundial, é bastante decadente nas outras áreas. Questões sobre a queda da educação pública, dos hospitais e setores médicos estatais, excesso de criminalidade e sistema penitenciário falho fazem parte do cotidiano do brasileiro. A desigualdade social é imensa, decorrente de um processo histórico bastante turbulento que remonta à escravidão, em que o negro é jogado na sociedade sem oportunidade alguma. Centenários se passaram e o problema é o mesmo: aumento da criminalidade decorrente dessa diferença social. Se os problemas sociais fossem uma partida de futebol, o Brasil estaria no final do segundo tempo perdendo de 5 a 0.
Não é de se admirar, que em um país como esse, em que não se vê solução, um número visível de pessoas peça pela redução da maioridade penal. Isso não chega a ser nem uma opção do ponto de vista jurídico. Afinal, a imputabilidade penal de menores é uma cláusula pétrea e qualquer tentativa de modificá-la seria inconstitucional. Mais além, ainda considerando que fosse uma opção, a solicitação da redução da maioridade apenas indica uma enorme falta de comprometimento com a história brasileira. Como dissera Karl Marx, "as ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante" e tais ideias não refletem no povo, na classe oprimida. Não veem um problema como uma questão social, mas apenas como crimes que precisam ser punidos. E a definição de punição, para eles, tem mais uma denotação de vingança do que a justiça e resolução propriamente