Carta De Motiva O Top China
Programa TOP CHINA SANTANDER UNIVERSIDADES
Marcella Mattar Yunes
Li em algum lugar que o céu de Pequim está sempre nublado devido à poluição do ar. Logo me veio a ideia de que esta seria uma cidade para abrigar um conto – um dia a mais populosa cidade do mundo, com tantos monumentos históricos e riqueza cultural. A ausência do sol poderia ser uma ótima metáfora para alguma outra coisa (o que eu só terei a chance de descobrir se um dia for à capital chinesa). Seria parte de um projeto meu para um segundo livro de contos, no qual cada conto se passaria em uma cidade do mundo. Já tenho Londres, Rio de Janeiro e um conto surrealista no Machu Picchu, mas ainda faltam muitas cidades para que o livro deixe de ser um projeto.
Não é só como escritora, contudo, que me interessa o intercâmbio à China. Tampouco como acadêmica e pesquisadora, tradutora ou outros rótulos que, na verdade, tão pouco definem. É claro que a – ainda que breve – integração em outra cultura e exposição a um novo idioma podem ser muito mais que material literário e enriquecimento de currículo. Mas “a viagem é sempre pela viagem em si”¹.
É por se tratar de um sonho antigo de conhecer a Ásia e de ir para um país onde tudo é absolutamente diferente. E é pela minha paixão por filosofias orientais – mais especificamente, o budismo – e a presença de inúmeros templos taoístas e budistas na China. Apesar de conhecer quase todos os países da América Latina e alguns da Europa – viagens que fiz de mochila e sozinha buscando o imenso choque de “Meu Deus, então é assim que as pessoas vivem nesse lugar do mundo?”, esse insight ainda não tive. E algo me diz que esse insight eu só encontraria, realmente, do outro lado do globo, o que fez nascer o interesse pela Ásia e pela cultura oriental.
Se esses motivos ainda não são suficientes, o programa Top China é o melhor (para não dizer o único) intercâmbio que posso realizar no momento. Isso se deve à sua curta duração, não interferindo com a