Carta 1824
Praia dos Ossos, Búzios, às vinte horas do dia 30 de dezembro de 1976, depois de uma discussão feroz, Ângela Diniz foi assassinada, com três tiros, por seu companheiro Raul Fernandes do Amaral Street, conhecido popularmente como Doca Street, fugindo do local logo em seguida, deixando a arma ao lado do corpo.
Naquele dia seus amigos relataram que eles discutiram na praia, pois Doca tinha ciúmes de sua companheira.
À tarde, Ângela havia bebido e a noite após nova discussão, ela expulsou Doca de sua residência.
Doca estava fora de si, pois havia perdido toda a mordomia por ter se separado de sua mulher, Adelita Scarpa, rica e de família tradicional, para viver com Ângela. Antes de casar-se com Adelita, falava-se que ele era acompanhante de americanas em Miami e salva-vidas.
Na noite do crime a empregada ouviu-o dizer “Você não deveria ter feito isso comigo”. Saiu de casa, voltando em seguida, para assassina-la, com quatro tiros- três no rosto e um na nuca- deixando-a transfigurada.
Ângela tivera uma vida agitada e cheia de incidentes, conhecida como a “Pantera de Minas”, foi acusada de ter assassinado o vigia, Zé Preto, de sua residência, em Belo Horizonte. No entanto, logo após sua confissão, seu companheiro na época, o milionário Artur Vale Mendes, assumiu o crime, alegando legítima defesa, sendo julgado e absolvido. Depois disso separou-se de Ângela. O povo dizia que o crime ocorreu por ele ter surpreendido o vigia saindo do quarto da mulher.
Passou a residir no Rio de Janeiro e teve um romance com o colunista Ibrahim Sued, após o desquite do arquiteto Milton Vilas Boas, onde perdeu a guarda de seus três filhos e trazendo-os ilegalmente para o Rio, sendo acusada de sequestro e condenada a seis anos de prisão. Recorreu e aguardava o julgamento.
Em setembro de 1975, foi presa pela policia acusada de esconder caixas de psicotrópicos e mais de cem gramas de maconha, admitindo ser