Carimbó
O Carimbó é uma expressão de fonte indígena, aos poucos misturadas à cultura africana, com a assimilação das percussões dos negros, e a elementos de Portugal, como o estalar dos dedos, e as palmas, que intervêm em alguns momentos da coreografia.
O Carimbó que se pratica hoje, ritmo tipicamente nortista, definido na região do Salgado do Estado do Pará é o Carimbó Praiano cuja tradição remonta ao século XVIII tem sua evolução na região do Salgado em épocas bem marcantes nas fazendas e sítios, onde os negros escravos predominavam com seu trabalho. Através do batuque encontrou-se o ritmo denominado de Carimbó, transformando-se em lazer, cuja dança favorecia o afastamento do estado nostálgico do negro. A característica do carimbó ou curimbó provem, originariamente, da qualidade do tambor usado pelos negros, chamado de Carimbó, principal instrumento do batuque.
O Carimbó não se resume apenas nas variações ou nos movimentos dos dançarinos, visto que possui coreografia variada e bem definida e que obedece um certo ritual que os mais antigos, obrigatoriamente, seguiam como determinado para se dançar, pois, com certeza o ritmo, como a cantiga e o balanço do corpo serviam para exprimir as vibrações da dança e que chegavam a encenação de imitação dos bichos. Daí se ter a dança do peru, da formiga, do tatu, do carneiro etc. Em inúmeras músicas registradas pode-se encontrar alusões a bichos, pássaros, pessoas do povo ou fatos bem comuns. Na verdade, e, é bom que se diga, que o carimbó também é a expressão viva do lamento caboclo, de sua desilusão com os dirigentes, ou para alertar, ou dar recados importantes, demonstrar a ilusão no amor, como maneira expressiva da crônica diária que vivem os poetas, pescadores, lavradores ou pagodeiros.
Segundo o historiador Agripino Almeida da Conceição, o Carimbó de Marapanim, tido como o berçário dessa dança, teria nascido na localidade Santo Antônio, hoje Maranhão, em homenagem aos primeiros moradores, que eram emigrantes vindos