Cari

CARI: A LAGOSTA DO VELHO CHICO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Curso de graduação em Gastronomia, ENUFBA – Escola de Nutrição, Avenida Araújo Pinho, 32 – Canela, Salvador- BA, Brasil.

Quando citamos gastronomia baiana, logo nos remetemos em pensar na famosa culinária à base do dendê, mais fortemente situada no recôncavo baiano. Porém, não devemos esquecer que a Bahia é um Estado muito grande e conhecendo diferentes regiões, descobrimos especialidades distintas, assim como produtos específicos. Um exemplo disso, é o peixe Cari, mais comum na região Norte da Bahia, onde é facilmente encontrado nas casas da população ribeirinha. O Peixe Cari ((Hypostomus plecostomus) ), também conhecido como acari, acari-bodó, cascudo,bodó, boi-de-guará e uacari, é uma espécie que pertence a família Loricariidae e são peixes exclusivamente de água doce, nativo da bacia do São Francisco. É um peixe de aparência pouco agradável, mas muito utilizado e apreciado na culinária local do Sertão da Bahia. Em Juazeiro, por exemplo, é comum você encontrar um bom refogado feito com o Cari. Apesar da sua aparência estranha, a carne desse peixe é bastante saborosa e semelhante à de uma lagosta e pode ser pescado no rio, exceto no seu período de reprodução. Os caris caracterizam-se pelo corpo delgado, revestido de placas ósseas, e pela cabeça grande. A boca localiza-se na face ventral e em algumas espécies é rodeada por barbas. Estes peixes vivem nos fundos dos rios, até cerca de 30 metros de profundidade, e alimentam-se de lodo, vegetais e restos orgânicos em geral. Ao contrário do que muitos afirmam, eles não "limpam o fundo" do aquário e não se alimentam dos detritos e dejetos. Ele é rústico, esquisito, pouco estudado e vem chamando a atenção de cientistas pela importância bioeconômica. Capaz de repovoar com matéria orgânica um rio poluído, o cari ainda é pouco explorado comercialmente. Mas sua carne nutritiva ainda pode conquistar o paladar do brasileiro, fazendo-o