Caramuru
Caramuru: A Invenção do Brasil – Guel Arraes (2001)
Ao assistir “Caramuru - A invenção do Brasil”, filme de Guel Arraes, lançado em 2001 em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil. Fizemos algumas observações sobre o filme baseado em tópicos tratados nas aulas de Homem e Sociedade, ministradas pela profª Neusa Meireles.
O filme se inicia no alvorecer do século XVI e conta a história do jovem pintor português, Diogo Álvares Correia, mais tarde nomeado Caramuru. Ao ser deportado de Portugal e sobreviver a um naufrágio, ele acabada em terras brasileiras, no lugar onde mais tarde viria a ser cidade de Salvador.
A narrativa poética e cômica mistura fatos reais e mitos e nos remete aos primórdios da colonização do Brasil. Usando de fantasia e alegorias, o filme retrata a diversidade e o choque entre as culturas europeia e a indígena e, posteriormente a construção de uma nova identidade através da mescla das duas.
Destacamos a intenção do europeu em explorar comercialmente o Novo Mundo, mas o comércio e acúmulo de não fazem sentido para os índios, que praticavam a cultura de subsistência e compartilhavam tudo o que tinham. Na concepção do europeu a percepção da glória passa pelo dinheiro e riqueza. O índio entende por glória a derrota dos inimigos, assim como não vê sentido no comércio a partir do momento em que os europeus pretendiam vender os alimentos de subsistência dos índios. Assim revela-se o lado positivo do etnocentrismo ao reafirmar a identidade cultural, crenças e costumes dos nativos.
O conceito de relativismo também aparece no filme quando o protagonista se vê, segundo suas crenças e cultura, obrigado a escolher apenas uma das duas índias com que se relacionava. Porém, sem conseguir se decidir com qual delas ficará, se convence a ultrapassar suas próprias crenças, seu olhar europeu, e passa a considerar o mundo sob o ponto de vista das índias, aceitando os costumes locais.
O filme permite uma grande variedade de