Capítulo “Epistemologia – Diálogo com os humanos e os físicos por um mundo experimentado por inteiro” - Ruy Moreira
Associação dos Geógrafos Brasileiros entre 1980 a 1982 e é considerado um dos expoentes da chamada Geografia crítica, com ampla participação no movimento marxista de renovação da
Geografia brasileira nos anos 1980. Moreira, doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (1994), atualmente leciona no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense.
Neste capítulo, Moreira propõe uma união entre a Geografia Humana e a Geografia
Física. Primeiramente, o autor apresenta maior preocupação com a unidade do que com o diálogo e, nesta unidade, propõe uma compreensão teórica. Moreira começa destacando o que há em comum entre estas geografias: o conceito da superfície terrestre (empírico de
Kant). A criação da ciência mecânica (séc. XIII – XVII) passou a ser dividida em cada tema para ser estudada.
No período Grego-Romano, o homem começa a apresentar uma fala discursiva e a natureza vai ser interpretada como algo divino. Já no Renascimento, o ser humano é modificado e a natureza passa a ser matemático-mecânica. Na primeira fase do capitalismo, o homem será força do trabalho e a natureza, o capital. Já na segunda fase, por sua vez, o indivíduo se transforma no fator e a produção, no capital. Todavia, mais adiante, o papel do homem será modificado novamente, assumindo papel de consumidor. Já a natureza aparece como recurso natural e consequentemente, como mercadoria.
Na visão da Física Newtoniana, os fenômenos serão induzidos pela Lei da Gravidade e terão um sistema de ciências naturais. Ocorrerá a compreensão do homem e consequentemente, das ciências humanas. O arcabouço e os fenômenos teriam uma lei que ocorreria nas coordenadas do tempo e do espaço. Porém, o grande problema é que não há leis geográficas. A solução é de cunho cartográfico,