asfalto de borracha
Antes protegida pela Lei de Patentes norte-americana, desde a década de 60, a tecnologia do asfalto borracha finalmente caiu no domínio público e começa a ser utilizada por vários países do mundo, entre eles o Brasil, onde empresas, universidades e centros de pesquisa estão desenvolvendo o composto para aplicação nas estradas brasileiras. Algumas empresas já comercializam o produto para empreiteiras e concessionárias de rodovias. Para o engenheiro Paulo Gontijo, doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com especialização em engenharia rodoviária, chamar o produto brasileiro de asfalto borracha é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Segundo ele, o produto que está sendo fabricado no Brasil não passa de asfalto misturado com borracha, sem qualquer efeito prático. Nesta entrevista, Gontijo explica como é a tecnologia do verdadeiro asfalto borracha, por que a patente nunca conseguiu ser quebrada e quais as principais vantagens e desvantagens do ligante asfáltico miscigenado com borracha granulada de pneus reciclados. Ele também defende a importação da tecnologia e o aperfeiçoamento da sua técnica de produção. "Pra que gastar dinheiro tentanto reinventar a roda?", questiona o engenheiro e promotor do Asphalt Rubber 2003, evento realizado recentemente em Brasília, que reuniu os maiores especialistas em asfalto borracha do mundo. Gontijo já publicou 109 trabalhos científicos no Brasil e 25 no exterior.
C&T – A mistura de asfalto com borracha não é uma tecnologia nova. Por que só agora está conquistando o mercado?
Gontijo - É uma tecnologia antiga que tem 40 anos de vida. Foi desenvolvida no Arizona, Estados Unidos, por um técnico chamado Charles Mac’Dowell, que registrou sua patente depois de 10 anos de experiências, estudos e análises experimentais. A patente durou 30 anos e só foi cedida para a Califórnia, o Arizona e para a África do Sul, os únicos que aplicaram efetivamente essa tecnologia. No final da década