CAPÍTULO I - Uma discussão célebre
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Neste primeiro capítulo, Bobbio traz uma discussão imaginária, escrita por Heródoto, entre os persas Otanes, Megabises e Dario, onde cada um dos citados defende uma forma de governo (democracia, oligarquia e monarquia, respectivamente) como sendo a ideal. Otanes, defensor da democracia, demonstra-se absolutamente contrário a monarquia. Em seu pensamento nem o melhor dos homens, tendo em mãos grandes riquezas, seria capaz de seguir o que ele chama de “caminho normal”, pois este acaba tornando-se prepotente e atraindo inveja para si, além do fato de que, atreladas a estes dois defeitos, viriam decisões errôneas ao governar. Já em defesa à democracia, traz a ideia de que as decisões estariam sujeitas ao voto popular e que os cargos públicos só seriam definidos mediante sorteio, também afirma que este governo do povo teria o nome de “isonomia”, o que ele diz ser “o mais belo dos nomes”, dando esta ideia de governo ideal. O segundo a apresentar defesa a uma forma de governo é Megabises, defendendo a oligarquia. Ele inicia demonstrando concordância ao pensamento de Otanes, contrário ao governo de um monarca, porém sendo contra a ideia de o povo governar por acha-lo despreparado para tal posição. Ele defende a oligarquia, o que Bobbio descreve como sendo um “governo de poucos”, porém sendo estes poucos os mais preparados para tomar as melhores decisões. Dario, para encerrar, inicia afirmando concordar com Megabises quanto a provável não eficácia de um governo popular, mas discorda quanto ao seu ideal oligárquico. Ele defende a ideia de que, considerando as três formas de governo “no seu estado perfeito”, o governo de um homem só lhe parece o melhor, pois nele o governante poderia utilizar seu discernimento para tomar posições de modo irrepreensível, mantendo firmemente seus objetivos políticos e defendendo-se dos adversários. É engraçado notar que, além de explorarem o lado positivo de cada uma das três formas de governo, os persas demonstram-se muito