CAPÍTULO 1 – CARNAVAIS, PARADAS E PROCISSÕES

CAPÍTULO 1 – CARNAVAIS, PARADAS E PROCISSÕES
No primeiro capítulo, o autor procura caracterizar os “três modos básicos” pelos quais se dão a ritualização do mundo brasileiro, considerando mais atentamente a relação Carnaval/Dia da Pátria, duas formas de reflexão e expressão da estrutura da sociedade, e a procissão, vista como um objeto importante para uma análise comparativa.
“É meu propósito aqui discutir os três modos básicos por meio dos quais se pode ritualizar no mundo brasileiro. Para tanto, focalizo a análise em torno de duas dessas formas, a parada militar e o carnaval, de modo que o estudo inicia sua marcha comparando dois modos de refletir e expressar a estrutura social brasileira, passando a incluir – seja pela necessidade comparativa e de controle dos dados, seja porque a outra forma logo se impõe – a procissão”. (pp. 45)
No entanto, ele deixa claro que sua intenção não é exclusivamente apresentar empiricamente ou constatar essas manifestações específicas no plano da sociedade brasileira, mas alcançar um plano mais profundo e universal que permita discutir e enxergar nestes “modos básicos” – não com certeza, mas com relativa segurança – mecanismos básicos de ritual ou ritualização. Para isso, ele afirma utilizar-se da sociologia comparada.
Sua ideia é colocar para o leitor, como problemas básicos e inseparáveis, “(...) a questão dos princípios ou mecanismos fundamentais utilizados para dramatizar o mundo e como podem ser relativamente isolados uns dos outros pelo modo comparado de analisar o mundo social.” (pp. 45)
Nesse sentido, os carnavais, paradas e procissões seriam tomados como modos fundamentais, pelos quais a realidade brasileira se desdobra diante dela mesma, se direciona ao seu próprio espelho social, projeta múltiplas imagens de si mesma.
Bem, os festejos carnavalescos e as cerimônias oficiais organizadas pelo Estado incidem especialmente sobre o Carnaval, de um lado, e a cerimônia do Dia da Independência Nacional, o 7 de Setembro,