caps infantil
CONCAPSi-MR-110
Dentre várias funções do CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial para crianças e adolescentes), supervisionar e capacitar equipes de atenção básica, responsabilizar-se pela organização da demanda e da rede de cuidados em saúde mental de crianças e adolescentes no âmbito de seu território, são atividades que impactam diretamente na organização do trabalho da Atenção Primária à Saúde. Vários transtornos psiquiátricos surgem na infância e/ou na adolescência. Como as equipes de atenção básica trabalham no território em contato direto com as famílias e a comunidade, é comum serem os primeiros acionados em caso de alterações clínicas e mentais, principalmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Será apresentado um caso que exemplifica o acima exposto. A., 14 anos, morador de área rural, apresentava alterações de comportamento significativas, e a equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF) da área de abrangência solicitou ajuda ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). O mesmo compartilhou o caso com o Centro de Atendimento Integral ao Adolescente – CAIA, visto ainda não existir um CAPSi no município (em fase de implantação). Foi, então, realizada uma visita em conjunto pelos citados serviços à residência do adolescente. A partir de entrevista com o mesmo, seus pais e um primo, foram colhidas as seguintes informações: A. estava colecionando animais peçonhentos em seu quarto, às vezes dormia na mata em torno da casa, voltava ocasionalmente sujo de sangue e não obedecia aos pais. Quando criança era saudável, bom aluno, solitário e muito quieto, o que para os pais era normal, razão pela qual nunca o levaram para acompanhamento pediátrico (nem vacinas havia recebido). Aos 13 anos, A. começou a 45
ter alterações de comportamento importantes: fugas, furto de objetos (de baixo ou nenhum valor), colecionismo de entulhos, lixo e insetos (inclusive peçonhentos), descuido com a higiene