UMA EXPERIÊNCIA COM GRUPOS OPERATIVOS DE FAMÍLIA EM CAPS INFANTIL
Claudio Amaro Magalhães Cassal1
RESUMO
Este artigo apresenta uma experiência, vivenciada dentro de um Centro de Atenção Psicossocial infantil, que diz respeito à participação de familiares e responsáveis envolvidos no processo terapeutico da criança, em um trabalho no formato de Grupos Operativos. Através da análise de 22 registros destas sessões, vivência dos terapeutas envolvidos, relatos de participantes e pesquisa de refencial teórico-científico, buscamos demonstrar a importância do envolvimento e trabalho em conjunto do sistema “familia-paciente” no processo terapeutico da criança. Embasando a necessidade da existência dos grupos operativos com familiares através da conceituação de Pichon-Rivière, selecionamos como pontos relevantes: a importância do comprometimento familiar no processo terapeutico infantil, o compartilhar e a escuta do outro como contribuinte neste processo e a orientação psicoterapeutica e vivencial dos envolvidos na atividade além da identificação de papéis dentro do grupo. Através das percepções trazidas pelos terapeutas e pelos familiares (cuidadores ou responsáveis legais), ao final do trabalho identificamos resultados e novos desafios a serem atingidos no desenvolvimento da qualidade de vida da criança, inserida na sociedade.
Palavras-chave: Saúde Mental. CAPS Infantil. Grupo Operativo, Família.
INTRODUÇÃO
Ao falarmos sobre a experiência de um trabalho multidisciplinar realizado em um Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), constatamos que no processo psicoterapeutico da criança um dos principais eixos é a forma como se dão as relações parentais deste indivíduo. Desde o início do tratamento percebemos a preponderância de famílias disfuncionais ou com questões mal elaboradas, que acabam por refletir seus sintomas na criança. A modificação no funcionamento destas famílias se caracteriza como questão primordial na evolução terapeutica da