Capitalismo e religiao
Grande parte das noticias publicados sobre o pentecostalismo no Brasil mostram a presença de suas igrejas nas classes menos favorecidas. Chama a atenção o fato de que a classe média escolarizada não pesa, ou conta muito pouco, no crescimento numérico de brasileiros que seguem essas igrejas tal como analisado nos estudos de Sociologia da Religião. Um ponto ainda não visto nessas pesquisas é o das causas dessas barreiras que imuniza as camadas médias escolarizadas da conversão às igrejas pentecostais.
A identificação de uma classe social análoga à denominada por Bourdieu como nova classe média, caracterizada por ter, além de certo capital econômico, alto capital cultural, que por sua vez, em um poder de distinção de seu estilo de vida típico; e de um outro estrato de classe média, ascendente das classes baixas, denominada na mídia e no senso comum como nova classe C, caracterizada, por sua vez, pelo conservadorismo quanto aos costumes e ideias propagadas pelo grupo citado.
As diversas entrevistas e notícias divulgadas na mídia demonstravam, do ponto de vista da alta classe média, a barreira cultural existente entre ambos os grupos, seja na boa vontade de uns para com "alternativo", "dever de prazer",enquanto outros teriam no valor do trabalho e do estudo, de modo conservador, a concepção do modo de vida ideal.Nesses mais recentes estratos de classe média, ascendente, as igrejas
"evangélicas" teriam maior probabilidade de ganharem adeptos, em decorrência da forma como esse grupo se relaciona com a cultura.
Seu conservadorismo tem disposições repressivas a rupturas com a "ordem antiga" e com uma "nova moral".O conflito pelo legitimação de modos de vida diversos, e seus sistemas simbólicos específicos, resultaria nisso que chamei de antipatia entre os grupos estudados. As igrejas neo pentecostais teriam na alta classe média, um potencial e