Reflexões sobre o capitalismo como religião
Juracimira Guedes Teles.
Fortaleza/CE
Março/2011
REFLEXÃO SOBRE O CAPITALISMO COMO RELIGIÃO
Para que se compreenda a adoração religiosa ao capitalismo, é preciso que se tenha consciência do alcance de sua influência que toma conta do poder de criação dos homens. Vivemos numa sociedade onde tudo é manipulado ou se deixa manipular diante de uma consciência religiosa exercida pelo capitalismo, onde há os que têm muito poder e nada fazem em prol de amenizar -pelo menos, as diferenças sociais.
Pretendemos aqui apenas instigar uma reflexão acerca da busca pelo lucro na sociedade que leva o homem para além da alienação, colocando em xeque sua própria existência.
O CAPITALISMO RELIGIOSAMENTE EM VIGOR
Nosso ponto de partida se dá a partir do texto referente a documentos inéditos de Walter BENJAMI (1892-1940) publicados em 1985 por Ralph Tiedemann e Hermann Schweppenhäuser no volume 6 de "Gesammelte Schriften" (Suhrkamp Verlag), "O capitalismo como religião" um texto complexo e inacabado que não estava destinado a ser publicado.
Ao que parece o autor usou como referência A Ética Protestante e o Espírito Capitalista de Max WEBER, também debatido em sala de aula. Porém, BENJAMIN faz uma crítica severa ao capitalismo.
Ao começar com a seguinte afirmação “no capitalismo pode se ver uma religião”. BENJAMIN mostra que a existência desta estrutura religiosa do capitalismo não está apenas no fato de sua constituição estar atrelada de forma religiosa, mas sim, como no fato de ser um surgimento essencialmente religioso, sem que possamos perceber o quanto estamos enredados nesse processo.
O autor menciona três pontos cruciais para entender a estrutura religiosa do capitalismo: 1) O Culto.
O primeiro ponto é o culto, ou seja, o capitalismo se apresenta como uma religião puramente de veneração, de adoração.
Primeiro o capitalismo mostra-se como uma religião essencialmente cultual, ou seja, as coisas só tem