Flores poéticas
Encontrei rosas diversas,
Pelos caminhos que andei.
Rubras, brancas e amarelas,
Em seus jardins as deixei.
Certo dia me encantei,
Com uma rosa diferente.
Bela, intensa e perfumada,
De olhar manso e envolvente.
Jovem flor, meiga e viçosa
Envolta em rica roupagem,
Pensei tratar-se de um sonho,
Ou mesmo uma miragem.
Era a flor que eu buscava,
Dei-lhe afeto e carinho,
Mas não se deixou colher,
Feriu-me com seus espinhos.
TEMPO NOVO
Ativarei meus sentidos
Ouvirei pedras e flores.
Numa sublime loucura
Priorizarei o amor, ignorando as dores.
Amar sem medo, sem cálculo,
Entregar-me totalmente.
Beber da vida às delícias,
Com calma e bem consciente.
Viver todos os meus dias,
Dando vazão ao lirismo,
Com a alma e paixão intensa.
Expressando minha doçura e
Calando minhas ofensas.
TERRITÓRIO LIVRE DOS SONHOS
Amo sonhar...
No território livre dos sonhos
Ninguém interfere ou se imiscui.
Sou aquilo que quero ser,
Sou até aquilo que nunca fui.
Imagino e relato minhas andanças,
Amores, vitórias e aventuras.
Exponho devaneios e fantasias,
Como a verdade mais absoluta e pura.
Nesse mundo irreal por mim traçado,
Que transcende a amarga realidade,
Deliro orgulhoso e entusiasmado
Fugindo da cruel mediocridade.
A MINHA VERDADE
Façam suas analogias
Exponham as conclusões.
Façam suas poesias e
Esvaziem os corações.
Tornem públicos os conceitos
Digam tudo que puder.
O papel aceita tudo
Escrevam o que quiser.
O fato é que vivo bem
No mundo que escolhi.
Não tenho falta ou carência,
Com a vida cruel aprendi.
Não imploro por ouvidos,
Da caridade eu duvido.
Creio mesmo em solidão e
Carência de sentidos.
Aprendi a ser hipócrita,
Fingir amor e amizade e
Declarar o que não sinto.
Essa é, pois, minha verdade.
ATO CONSUMADO
Gozar as etapas do reconhecimento, a face que enrubesce, o calor da pele.
O olhar enlanguescido, a boca sussurrante,
A língua pelos lábios, úmida e excitante.