CAPITALISMO E LIBERDADE
"A essência da filosofia liberal é a crença na dignidade do indivíduo, em sua liberdade de usar ao máximo suas capacidades e oportunidades de acordo com as suas próprias escolhas, sujeito somente à obrigação de não interferir com a liberdade de outros indivíduos fazerem o mesmo". Milton Friedman.
As idéias liberais no Brasil estão confinadas a um gueto de imperdenidos homens de elevados ideais e aguçado senso histórico, que anunciam que o perigo – não um mero sentimento de perigo, uma simples ameaça potencial – mas um perigo real que ameaça a vida e a liberdade das pessoas está à espreita, seja pela desordem econômica, seja pelo estímulo ao conflito social, seja porque pessoas despreparadas para o poder e dispostas a implantar seus preconceitos destrutivos como ação de governo estão na iminência de assumirem a presidência da República. São tempos de grandes perigos, de fato, os que estamos a viver.
Ler o livro de Milton Friedman, "Capitalismo e Liberdade" (Ed. Abril, 1984), é como receber um copo de água em pleno deserto escaldante. O livro foi um instrumento de combate, publicado originalmente em 1962. No prefácio que fez em 1982 ele lembra – não sem ironia e amargura – que esse livro não recebeu uma nota sequer na imprensa dos EUA quando da sua publicação, tomada que estava pelos ideais coletivistas e que via nos liberais um grupo exótico, que não merecia maior destaque. Lembra Friedman que em 1964 Barry Goldwater foi o candidato Republicano às eleições, defendendo os ideais liberais. Sofreu uma fragorosa derrota. Já em 1980, Reagan foi eleito com o mesmíssimo programa. O que mudou? Nas suas palavras:
""Muitos dos ambiciosos programa de reforma – ideais do passado, tais como bem-estar, habitações populares, apoio aos sindicatos, integração nas escolas, ajuda federal à educação, atividade produtiva (do governo, acrescento) – estavam indo por água abaixo. Quanto ao restante da população, suas economias estavam