Capital e trabalho
O fortalecimento do mercado de ações é um bom caminho para desenvolver o país.
As dificuldades dos últimos anos reduziram o tamanho do mercado de capitais brasileiro e levaram muitas empresas ao fechamento do capital. A utilização desse mercado como instrumento indutor do crescimento econômico, por meio do lançamento primário de ações para a capitalização das empresas, tem sido insignificante.
O principal motivo é a alta taxa básica de juros praticada pelo Banco Central, desde a implantação do Plano Real. Mas a condução da política monetária e cambial exigia tal prática, para o efetivo controle da inflação em um país com décadas de cultura hiperinflacionária.
Outro fator é a CPMF. O imposto eleva o custo das transações em bolsa e afasta os especuladores, necessários para a liquidez das ações. Todos sabemos que são eles que garantem essa liquidez e também a dos títulos - principal motivo da existência das bolsas. Existe também o fato de as bolsas brasileiras contarem com grande número de investidores institucionais (fundos de pensão e de ações), cujo objetivo é de longo prazo - e poucos especuladores - e com pequena participação de pessoas físicas.
Felizmente, há boas notícias para o desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil: as taxas básicas de juros Selic tendem a cair lenta e gradativamente - não podem ser mantidas tão elevadas por longos períodos, sob pena de sufocar toda a atividade econômica; tramita no Congresso Nacional projeto de lei que exclui a CPMF das transações em bolsa; e a incorporação de um enorme contingente de trabalhadores que utilizaram - e terão mais oportunidade de utilizar - o FGTS na compra de ações. Muitos serão futuros investidores desse mercado. É o capital e o trabalho dando as mãos para o desenvolvimento do país.
As entidades sindicais estão descobrindo que a união com o capital é o melhor caminho. Em futuras negociações trabalhistas, um dos principais itens será a participação do empregado no