Capital humano
3.1 O Interesse pelo Capital Humano
Desde há algumas décadas, o capital humano tem sido objecto central em inúmeros debates praticamente em todos os países do mundo, pela complexidade e características dos processos que envolve. Todas as preocupações e reformas em torno deste conceito são resultado do enorme impacto que a problemática suscita e das questões que a teoria do capital humano provoca. No geral, estes debates traduzem dois pressupostos básicos por parte das autoridades públicas: primeiro, que as mudanças económicas e tecnológicas que têm ocorrido desde a década de 70, exigem novos e mais elevados níveis de capital humano; segundo, que o Governo tem capacidade para alterar o sistema de educação e de formação profissional de maneira a melhorar os respectivos resultados e assim aumentar o desempenho económico do país (Teixeira, 1999:24). Efectivamente, nas últimas décadas, o capital humano tem constituído uma prioridade política, económica e social para a generalidade das economias do mundo e, em particular, para os países ditos “industrializados”. Um crescente número de cidades e regiões por todo o mundo estão a colocar a aprendizagem, o conhecimento, a educação, a investigação e a inovação no centro das suas estratégias de desenvolvimento, juntando em torno de um mesmo objectivo decisores políticos, sector privado e sociedade (OCDE, 1998:7). O crescente interesse nas cidades e regiões “inteligentes” reflecte as mudanças estruturais que têm ocorrido nas últimas décadas. Sociedades e economias estão rapidamente a tornar-se, mais que nunca, baseadas no conhecimento, particularmente na educação, formação e nas competências humanas. Segundo o livro de Carlos del Rio “Learning to Innovate: Learning Regions” (2001), hoje em dia esses factores são essenciais não apenas para o sucesso individual, mas também para ganhar vantagens económicas urbanas, regionais ou nacionais. Na obra, argumenta-se que as vantagens comparativas estão