Canibais de Lisboa
Fichamento entregue à professora Alessandra Senna.
Pós-graduação de História Social e Cultural do Brasil – FEUC.
Os canibais de Lisboa: da história colonial e imperial à história global. pp. 17 – 34.
ALMEIDA, Suely Creusa Cordeiro de. Et al. Cultura e sociabilidades no mundo atlântico. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2012.
Palavras – chave: exploração, conquista,
A presença pioneira dos portugueses na Ásia foi responsável por muitos do que podemos chamar de um primeiro contato dos europeus com o continente asiático. O ponto de partida pode ser considerado como o primeiro contato cerca de 1498, após a viagem comandada por Vasco da Gama até Calecute. Um dos principais objetivos de Portugal no Oceano Índico foi o de assegurar o monopólio do comércio de especiarias, estabelecendo várias fortalezas e feitorias comerciais.
A Ásia sempre exerceu um fascínio sobre os portugueses. Daí vinham as tão valorizadas especiarias, produtos luxuosos como o marfim, as pedras preciosas e os produtos corantes usados na indústria tintureira. A imprecisão dos conhecimentos geográficos antes dos “descobrimentos” fazia crer que a Ásia tinha início no Rio Nilo e não no Mar Vermelho, o que permitia a inclusão da Etiópia no continente asiático e a extensão da palavra Índia, que passava a incorporar estas e outras regiões da África Oriental.
Mas os europeus não exerciam o mesmo fascínio sobre os asiáticos. Pelo contrário, os navegantes que por lá se aventuravam eram vistos como canibais, comedores de crianças. Eles eram acusados de canibalismo e barbárie, para os chineses, por exemplo, os portugueses eram vistos como um povo de piratas.
“ É fascinante confrontar as acusações chinesas com um quadro do museu de Arte antiga de Lisboa: trata-se da figuração do Inferno, no qual um grupo de danados portugueses são torturados e cozidos em grandes panelas; Satã e um dos ajudantes da cozinha infernal são índios do Brasil cobertos com