Cana de açúcar
Os autores destacam os possíveis impactos da cultura da cana-de-açúcar para a qualidade da água de bacias hidrográficas, dando especial atenção às regiões de Ribeirão Preto (Bacia do Rio Pardo) e Barra Bonita (Reservatório), no Estado de São Paulo – ambos pólos de cultivo da cana. Citando relatórios oficiais, os autores alertam para o fato de a água utilizada para o processo industrial da cana retornar aos “cursos d´água” com temperaturas não ambientes, o que pode implicar “em expressivos impactos para o ecossistema aquático”. Segundo os autores, o uso excessivo de fertilizantes (comum em agricultura intensiva) é potencialmente poluente, oferecendo riscos de infiltração de águas subterrâneas (é citado o Aqüífero Guarani). Os autores alertam também para o processo de queimada da cana para fins de colheita -- durante o período da queimada aumentam em até 100% as internações por afecções das vias respiratórias na região de Ribeirão Preto, segundo dados do SUS. Em alguns locais, como em São Carlos (SP), a Justiça Federal proibiu as queimadas. Já em Barra Bonita, os autores levantam a possibilidade de que normas legais para a captação de água, por parte de usinas, estarem sendo ignoradas. O artigo destaca que a qualidade da água no reservatório de Barra Bonita (cujas margens são ocupadas pela produção de cana) apresenta indícios “preocupantes” de poluição.
A cana-de-açúcar, matéria prima mais antiga do Brasil, traz inúmeros benefícios para a economia do país, gera açúcar, álcool anidro (aditivo para a gasolina) e álcool hidratado para os mercados interno e externo. Colabora ainda na produção de alimentos, papel, plásticos, produtos químicos, além de fornecer energia elétrica. A região de Ribeirão Preto, localizada no nordeste do estado de São Paulo, é considerada o principal pólo sucroalcooleiro do mundo. Isto porque além de produzir mais de 35% do álcool do país, também é o centro