Cana de açucar
Aplicações da fisiologia vegetal no sistema de produção da cana-de-açúcar Paulo R. C. Castro
Professor Titular do Departamento de Ciências Biológicas, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de
São Paulo (ESALQ/USP) e-mail: prccastr@carpa.ciagri.usp.br
Introdução
Para a cultura da cana-de-açúcar no Brasil, em função de sua importância econômica e estratégica, na produção de açúcar e álcool, têm-se adotado técnicas culturais evoluídas.
A cultura já não se encontra limitada por graves deficiências nutricionais e hídricas, sendo que os novos cultivares, a utilização de tratamentos fitossanitários a aplicação de herbicidas e reguladores vegetais têm levado a aumentos em produtividade.
Para tanto, há necessidade de se conhecerem aspectos relacionados à fisiologia da cana-de-açúcar, uma vez que a utilização de técnicas avançadas requer esses conhecimentos para suas adequações aos diferentes cultivares e meios ambientes.
A cana-de-açúcar não foi selecionada aleatoriamente como grande produtora de alimento e energia, nas condições tropicais. Possuindo a capacidade de realizar fotossíntese C4, apresenta-se com potencial para altos rendimentos sob condições equatoriais (Figura 1).
Figura 1: Produtividade primária, em toneladas de matéria seca por hectare e por ano, em função da latitude.
Plantio e enraizamento
O plantio da cana-de-açúcar pode ser efetuado utilizando-se desde toletes de uma gema até a cana
inteira. Geralmente, plantam-se toletes com três entrenós. Toletes com menor número de gemas têm apresentado maior porcentagem de emergência, possivelmente por possuírem menor dreno preferencial de carboidratos, não ocorrendo competição no entrenó. O plantio da cana inteira se restringe a utilização de colmos mais novos (8-10 meses), podendo haver o problema do levantamento da região apical.
Os toletes são colocados em sulcos com 25 a 30 cm
de