Campos maduros Uma quest o de governo
MADUROS BRASILEIROS – UMA QUESTÃO DE
GOVERNO
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Anabal Santos Jr -Jan/04
Após ter atuado por mais de 20 anos no setor de produção de petróleo, tenho me dedicado a estudar a questão dos campos maduros, principalmente pela possibilidade da revitalização destes campos na Bahia e ter vivenciado, na minha experiência profissional, os benefícios que esta atividade pode proporcionar. Um campo de petróleo depois de descoberto e delimitado, inicia sua fase produtiva e é nesta fase que existe um declínio natural e próprio de cada jazida que faz com que ao longo do tempo, a produção diminua pela natural depleção de sua energia até que, a depender da estrutura de custo da empresa operadora, torne-se antieconômico.
Genericamente campos maduros são aqueles campos que estão em adiantado estágio de produção, portanto com baixa produção e rentabilidade marginal.
Numa tentativa de definir mais objetivamente estes conceitos, a ANP estabeleceu na portaria 279/03 que campos que produzem até 500 bbl de petróleo por dia ou 70 Mm3 de gás/dia são campos de economicidade marginal.
Na época que atuava na Petrorecôncavo, empresa que executava em 12 campos do recôncavo, o primeiro projeto de revitalização de campos maduros no Brasil, a produção era em torno de 3.300 bbl por dia, que corresponde a média de 275 bbl por dia por campo e uma média 12 bbl por dia por poço, ou seja, menos de 2.000 litros por dia por poço (10 tambores de 200 litros).
A Bahia, por ter sido o berço do petróleo no Brasil, é quem dispõe do maior contingente de campos maduros do país. Atualmente estes campos, estão fechados ou subexplorados, principalmente, pela obvia priorização da Petrobras em oportunidades, em outras regiões, com maior taxa de retorno.
A experiência mundial com este tipo de campo nos diz que normalmente ao longo da sua vida produtiva eles são transferidos para empresas cada vez menores, que dado à sua estrutura de custos, são capazes de operá-los e tornálos