Campo e cidade no contexto histórico latino-americano
Para entender o papel que o campo e a cidade vem desempenhando no contexto histórico latino-americano é preciso analisar simultaneamente a política e a economia aplicadas através de uma divisão de poderes e de atividades entre o campo e a cidade. O poder político tem que ser sediado em uma base urbana para atender a uma região ou nação. Quando o poder político é localizado no campo o que ocorre é uma descentralização do poder já que ele se torna local sendo exercido pelo latifundiário ou proprietário de terra. A cidade domina politicamente o campo visto que impõe sua autoridade e lei recebendo um grande fluxo de recursos do campo. Quando a economia urbana exclui o contato com a natureza a cidade perde por não ser economicamente auto-suficiente o que difere do campo quando se trata das atividades primárias nele realizadas. Sendo assim, a cidade praticamente sempre é dependente do campo para sua subsistência enquanto o campo depende da cidade a partir de um certo grau de especificação das atividades que nele se desenvolvem.
Com a Revolução Industrial surgiu a interdependência econômica entre o campo e cidade, abandonando o estigma de que a cidade domina o campo extraindo dele o que pode para poder subsistir, houve uma divisão de trabalhos que se define a partir de uma dinâmica da economia urbana. Os europeus, ao chegarem no que seria mais tarde a América Latina, implantaram um sistema econômico que visava a obtenção de um excedente comercializável. O objetivo dos missionários e militantes em terras americanas era de produzir um excedente que pudesse ser apropriado pelas metrópoles para ser vendido no mercado europeu como acontece, por exemplo, no México e no Peru, onde os colonizadores estabeleceram relações servis com os nativos. No Brasil, grande parte do solo foi expropriado já que a produção indígena era insuficiente para