Campo científico

Uma vitória só poderá ser considerada “vitória da ciência” se for demonstrada e formalizada por uma metodologia que exponha amostragens e análises estatísticas, instaurando, assim, o padrão mais favorável às capacidades intelectuais e institucionais.
O que é percebido como importante e interessante é o que tem chances de ser reconhecido como importante e interessante pelos outros; portanto, aquilo que tem a possibilidade de fazer aparecer aquele que o produz como importante e interessante aos olhos dos outros.
Merton estabelece uma distinção entre conflitos sociais e conflitos intelectuais que tende a impor uma delimitação do campo destes objetos. Segundo ele, conflito social é a distribuição de recursos intelectuais entre os diferentes tipos de trabalho sociológico. Conflito intelectual é a oposição de ideias sociológicas rigorosamente formuladas.
Um autêntico conhecimento da ciência exige a negação da oposição abstrata fazendo uma análise interna, que caberia mais propriamente à epistemologia e que utiliza a lógica, e uma análise externa, que relacionaria o problema em questão às condições sociais de seu aparecimento; e o campo científico, enquanto lugar de luta política pela dominação científica, que designa a cada pesquisador seus problemas e seus métodos. Não há escolha científica – do campo da pesquisa, dos métodos empregados, do lugar e tempo de publicação – que não seja uma estratégia política de investimento orientada para a obtenção do reconhecimento dos pares-concorrentes.
A acumulação do capital científico
A luta pela autoridade científica, espécie particular de capital social, deve o essencial de suas características ao fato de que os produtores tendem, quanto maior for a autonomia do campo, a só ter como clientes seus próprios concorrentes, que são os menos inclinados a reconhecê-la sem discussão ou verificação. Além disso, aquele que faz apelo a uma autoridade exterior ao campo só pode atrair sobre si o descrédito. O campo científico tem como