Caminhos da descolonização
Livro: A luta contra a metrópole (Ásia e África: 1945-1975), 5ªedição.
Autora: Maria Yedda Linhares
Capítulos: “Os caminhos da descolonização” e “A descolonização tardia”
O imperialismo e o colonialismo das potências europeias eram alvos de forte crítica dos socialistas. Esse tipo de investida reforçava o capitalismo além de ferir o princípio democrático de autodeterminação dos povos, defendida por parte desses socialistas. Acredita-se na importância dos movimentos de resistência na África e na Ásia contra a presença estrangeira e, particularmente, os socialistas ingleses entendiam que a solução para o imperialismo não era o movimento autonomista, mas sim o internacionalismo. No período entre guerras, entre franceses socialistas e ingleses liberais se ouvia discursos humanitários e anticapitalistas. No entanto, não havia uma postura política anticolonialista clara. O primeiro pronunciamento a condenar a condenar as anexações de territórios e a defender a autodeterminação dos povos se deu na Rússia, onde a revolução socialista foi vitoriosa em 1917. Esse posicionamento oficializou-se depois de 1919, nos congressos do Komintern, em que o movimento comunista internacional declarou-se contrário ao imperialismo. Os partidos comunistas guiavam-se por um série de ideais, como a mobilização das massas camponesas em prol da independência completa e que a luta revolucionária deveria adaptar-se às condições particulares de cada país da África e da Ásia, sendo conduzida pelos partidos comunistas locais. No entanto, a empreitada foi prejudicada pela necessidade de concentrar a ação dos partidos comunistas na luta contra o fascismo e a combatividade dos partidos comunistas só se reavivou com a final da Segunda Guerra. Apesar de seu posicionamento, a União Soviética, constituída por múltiplas nações, era acusada de um colonialismo interno, com a política do partido comunista de incorporação dessas nacionalidades como Repúblicas federadas. Nessa condição, a