Camillo Boito

Para bem Restaurar é necessário amar e entender o monumento, seja estátua, quadro ou edifício, sobre o qual se trabalha, e do mesmo modo para a arte antiga em geral.
Olfato crítico, clarividência histórica; e iluminamos esplendidamente todas as coisas para os nossos contemporâneos e para a nossa posteridade.
Eu me recordo, senhores (tinha então doze ou treze anos), dos meus primeiros dois professores de arquitetura. Eram bem velhos e morreram a mais de quarto de século. Ambos sentiam o mais arrogante desprezo, no fundo, pela novidade, que o marquês Pietro de Selvatico tanto se esforçava por introduzir na academia de Veneza (...)
(...) e porque gostava de mim, e eu, devo confessar, dele gostava, ele me dava, sem que Selvatico de nada soubesse, aquele castigado modelo para copiar.
Meu casto Velhinho (...) como todos os desconhecidos arquitetos que construíram o escuro “Castelo”, o vetusto campanário de Consolata e a Porta Palatina, todos tiveram um ideal próprio a seu tempo, de fato distinto daquele de outras épocas, um ideal único, absoluto, claro, irremovível. Pag.: 36
Nós, do presente (e não falo apenas dos italianos, mas de todos os povos civis), somos poliglotas; mas a nossa língua, aquela, verdadeiramente nossa arte, onde está? Qual será a marca artística especial que nos distinguirá das outras épocas na grande resenha do século?
Restauradores consideravam a suprema saberia a compreensão e a reprodução minuciosa de toda a arte do passado, sendo assim, eles são adaptados para completar as obras de todos os séculos passados, que na concepção deles, hoje são mutiladas, alteradas ou arruinadas, onde o sábio e o que resta a eles é deixa-las em paz, restaurando as más restaurações.
Conservar é diferente de Restaurar – conservadores são necessários e beneméritos, restauradores são supérfluos e perigosos.
ARTES:
Estatuária – chegavam para a restauração despedaçadas, lascadas, sendo elas em bronze, mármore, falsas ou originais, más restauradas ou medíocres,