Caio Prado Junior
ORGANIZAÇÃO SOCIAL
Caio da Silva Prado Júnior nasceu em São Paulo no dia 11 de fevereiro de 1907 e morreu em 23 de Novembro de 1990, foi um historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro. Em suas obras inauguraram, no país, uma tradição identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira.
Na parte do livro que se refere à organização social, o autor destaca que a escravidão era o que mais caracterizava a sociedade brasileira do século XIX. Procura salientar que as principais características da escravidão assumida nas colônias americanas, de acordo com seu ponto de vista, são mais singulares que as da escravidão, de maneira geral.
Afirma que, na América, por exemplo, o caráter da escravidão foi pior que na escravidão romana, porque na colonização das Américas foi considerado apenas o esforço físico do homem escravo, ou da mulher escrava.
Destaca também que em Roma o escravo não era uma simples máquina de trabalho bruto e inconsciente, mas também contribuía ativamente na cultura dessa civilização. Ou seja, essa escravidão não tem nada de parecido com a escravidão do mundo antigo, não tem nenhum aspecto construtivo, mas é um meio que os países europeus encontraram para explorar os novos territórios descobertos.
Em certas partes do texto o autor aponta os negros e índios como um dos motivadores do comprometimento da economia, pois é a partir desta mão-de-obra escrava que surge uma massa de desamparados que não passam de um fardo para a sociedade.
A escravidão e as relações advindas dela constituíam setores organizados da sociedade, enquanto que o restante dela que ficava à margem destas relações mantinha grande desorganização e falta de unidade.
Outra análise do autor é quanto o surgimento de uma sociedade sem organicidade social, decorrente da liberdade que vai sendo conquistada, num universo de mercantilismo e escravagismo, e é a partir deste ponto que irá se formando a nação