Em Física, um terra elétrico é um ente idealizado, capaz de fornecer ou absorver a quantidade de carga elétrica (partículas carregadas) que se fizer(em) necessária(s) à situação sem, entretanto, alterar quaisquer de suas propriedades elétricas, mostrando-se sempre eletricamente neutro ao ambiente que o cerca. Conforme definido, o terra elétrico (ideal) é um ente utópico pois, pelas Leis do Eletromagnetismo, qualquer corpo inicialmente neutro que venha a adquirir ou perder partículas igualmente carregadas acabará, obrigatoriamente, eletricamente carregado. Na prática tem-se, entretanto, excelente aproximação para tal ente: em virtude de seu tamanho, forma e composição, e em acordo com as leis do eletromagnetismo, o planeta Terra mostra-se para a maioria dos casos - para não se dizer em todos - como um excelente terra elétrico, sendo isto verdade em virtude dos seguintes fatores: a Terra apresenta dimensões e massa extravagantes quando comparadas às demais dimensões e massas envolvidas nos problemas elétricos em consideração - a exemplo, as dimensões e massa de um laboratório, ou mesmo as de uma tempestade; conforme as leis do eletromagnetismo, o equilíbrio eletrostático de cargas em esferas condutoras exige que todas as cargas estejam em sua superfície, formando uma distribuição simétrica de cargas; as cargas permanecem na superfície, sendo este o princípio de funcionamento do Gerador de Van de Graaff; em virtude da quantidade de carga envolvida e da extensão da superfície terrestre, a densidade superficial de cargas na superfície da Terra será muito pequena, mesmo nas situações reais onde enormes quantidades de carga são transferidas à Terra em virtude do fenômeno em consideração, o que leva a campos elétricos desprezíveis em sua superfície; a carga remanescente em um corpo inicialmente carregado após contato com a Terra é - em praticamente todas as situações - desprezível (nula), pois esta depende da relação de tamanhos (raios) entre o objeto e a