Café e Industrialização
Disciplina: História do Brasil III
Professor: Luiz Henrique de A. Borges
Período: 2015
EXPANSÃO CAFEEIRA
1) Condições históricas da expansão cafeeira
Após 1808, com a chegada da família real no Brasil, que fugia das tropas napoleônicas, foram assinados importantes decretos que garantiam a abertura dos portos brasileiros às “nações amigas”, o que significou na prática, o fim do monopólio colonial português. Além disso houve também a transformação do Brasil em parte do Reino Unido de Portugal e Algarves e sede deste Reino, isso representou o fim do estatuto colonial. O Brasil adquiriu autonomia de fato. Ainda sim, a independência política de direito só foi proclamada em 1822, após o retorno à Lisboa do Governo real e, em particular, diante da ameaça de recolonização da revolução liberal portuguesa de 1820.
O processo que conduz à independência do Brasil está inserido em um quadro internacional preciso, caracterizado, fundamentalmente, pela revolução industrial, pela “decadência” do capital mercantil, pela ascensão das potências industriais, como a Inglaterra, e em particular pela crise do antigo sistema colonial português.
A abertura dos portos (1808) e a independência política (1822) significaram o fim do monopólio comercial português e o fim do estatuto colonial permitindo o acesso dos comerciantes “brasileiros” (no caso, não necessariamente nascidos no Brasil) ao setor central de uma economia ainda colonial: o grande comércio de importação-exportação. A partir dessas datas, a burguesia comercial brasileira desenvolve-se rapidamente graças, sobretudo, à consolidação e expansão das fazendas de café, que essa burguesia organiza juntamente com a aristocracia fundiária local.
Durante a primeira metade do século XIX, as plantações de café foram desenvolvidas sobre a base do trabalho escravo. Até 1850, quando foi decretado, graças as pressões inglesas, o fim do tráfico negreiro para o Brasil, era a África a