Café no Vale do Paraíba
O café foi trazido para o Brasil em 1727, por Francisco de Melo Palheta, que levou as mudas para o Pará. No início, era utilizado apenas no consumo doméstico, e acredita-se que, por volta de 1760, já existissem pequenos cultivos no Rio de Janeiro.
Foi ao longo do Vale do Paraíba, região que abrange terras do Rio de Janeiro e de São Paulo, que o café, considerado um artigo de sobremesa, se tornou o principal na pauta de exportação brasileira. Desde o período regencial, o café já propiciava grandes lucros para o país, mas foi no Segundo Império que a produção atingiu seu apogeu.
A região do Vale do Paraíba era bastante apropriada para a cafeicultura, pois era abundante em terras virgens e tinha um clima favorável. A implantação das fazendas se deu pela tradicional forma de plantation, ou seja, grandes propriedades, cultivo para exportação e uso de mão-de-obra escrava.
Para começar a produção de café era necessária uma boa quantidade de recursos, pois se tinha de comprar escravos, derrubar a mata e preparar a terra. O cafeicultor não teria um lucro imediato com a plantação, já que os cafezais só produzem depois de quatro anos. Por isso, acredita-se que os primeiros cafeicultores já tinham um capital de reserva, provavelmente oriundo da expansão do comércio que houve após a vinda de Dom João VI, em 1808.
A produção era feita através do uso extensivo do solo, ou seja, somente quando a terra não tinha mais nutrientes necessários é que se trocava de região, deixando a antiga abandonada ou para pequenas plantações. Os instrumentos de trabalho eram, praticamente, apenas a enxada e a foice. Quando a planta começava a produzir, os escravos colhiam o café manualmente.
Depois da colheita, o café deveria passar de 30 a 90 dias secando ao sol. Em seguida, retiravam-se os grãos de seus revestimentos, era o chamado beneficiamento. O instrumento mais comum usado para a realização do beneficiamento do café era o monjolo, formado por pilões socadores,