Caetés
As duas histórias se complementam, como se a autobiografia fosse a versão contemporânea daquela interpretação que João Valério escreve sobre os índios. Com a morte de Adrião, João Valério consegue ascender socialmente, tornando-se sócio do estabelecimento que antes era de seu chefe, porém, com o custo de se adaptar ao novo posto. Então, abandona seu livro, afirmando que um negociante não se deve meter em coisas de arte, e o amor por Luísa, as duas maneiras principais pelas quais era capaz de evoluir. João Valério é ao mesmo tempo, homem e selvagem: "Não ser selvagem! Que sou eu senão um selvagem, ligeiramente polido, com uma tênue camada de verniz por fora? Quatrocentos anos de civilização, outras raças, outros costumes. E eu disse que não sabia o que se passava na alma de um caeté! Provavelmente o que se passa na minha com algumas diferenças." (pag. 218).
A ação se desenvolve em Palmeira dos Índios, no estado do Alagoas. O cenário, ainda que situado em uma região que começa a ser explorada pela literatura ao mesmo passo em que a obra foi escrita, não apresenta grande influência sobre o decorrer da narrativa, servindo basicamente só como palco.
O livro tem forte ligação com características de um movimento literário anterior, o realismo, trazendo