Caboclo amazônico

UM ASPECTO DA DIVERSIDADE CULTURAL DO CABOCLO AMAZÔNICO: A RELIGIÃO 1) Objetivos: - Estudar os hábitos e as ideologias alimentares, bem como as concepções sobre doenças. 2) Metodologia científica usada: - Trabalho de campo: o autor morou no povoado por cerca de um mês. Onde foi feita: na região do Salgado, município de Itapuá, localizado na cidade de Vigia, nordeste paraense. Quando foi feita: no período compreendido entre dezembro de 1975 a 1986. Com quem: pescadores do município de Itapuá

3) Resultados encontrados pelo autor: a. Santos: são as pessoas que já morreram, mas em vida praticaram o bem ao próximo, como também sofreram muito ou tiveram uma morte violenta. Assim, se santificaram a N. S. de Nazaré, o São Benetido, o Menino de Deus e o São Pedro; - N. S. de Nazaré: padroeira do município de Vigia, sendo invocada pelos pescadores em casos de perigos de vida em alto mar; - São Benetido: invocado para curar doenças, encontrar objetos perdidos e por pescadores em situações difíceis na pescaria; - Menino Deus: padroeiro do povoado de Itapuá e também invocado para curar doenças; - São Pedro: pouco milagroso, mas é considerado companheiro de trabalho; b. Encantados: são os seres humanos vivos que se encantaram por terem nascidos com um “dom” ou por serem atraídas por outros encantados para o “encante” – local de morada – que se encontra no “fundo” dos rios e lagos, em cidades subterrâneas ou sub-aquáticas; Possui três origens: européia (através a concepção de príncipes e princesas encantadas hoje contadas nas estórias infantis), indígena e africana (orixás); Encantados do fundo são os mais importantes, sendo encontrados na baia do Marajó e no Oceano Atlântico, tais como o Cobra Norato e o rei Sebastião. A lenda de Cobra Norato tem origem indígena e várias versões conforme a região amazônica (figura ao lado); A lenda do rei Sebastião tem origem portuguesa e é considerado o rei de todos os encantados, incorporando em pajés notáveis, em sessões de pajelança, para