cabeça papelao
ESSA PROPRIEDADE ESTÁ CONDENADA
De Tennesse Williams
Tradução de Domingos Oliveira
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(Nos trilhos do trem nos arredores de uma pequena cidade do Mississipi. O céu está branco como o leito. É de manhã e de vez em quando um corvo grasna. A menina Willie avança, equilibrando-se no trilho, os braços abertos. Numa mão uma banana, na outra uma boneca loura e destruída. Tem treze anos e uma inocência a despeito da aparência. O garoto Tom, um pouco mais velho, olha ela. Usa calças curtas, suéter, traz uma pipa com uma bonita cauda).
TOM: Oi. Como é seu nome?
WILLIE: Não fale comigo antes de eu cair. Segure minha boneca manca – faz favor.
TOM (pegando num salto): Faço.
WILLIE: Eu não quero – que ela quebre quando – eu cair! E acho que não vou – agüentar – muito mais – você não acha?
TOM: Não sei...
WILLIE: Estou quase caindo.
(Tom vai ajudá-la).
WILLIE: Não, não toca em mim! Se ajudar não vale. Tem de ser sozinho. Meu Deus, eu estou tremendo hoje! Não sei o que me botou nervosa! Ta vendo o reservatório d`água lá atrás?
TOM: Han?
WILLIE: Foi lá que subi no trilho! É o mais longe que eu já consegui, vir sem cair nenhuma vez. Quer dizer, se eu conseguir chegar lá no poste de telefone! Ah! Lá vou eu! (Cai).
TOM: Machucou?
WILLIE: Ralei o joelho, só. Ainda bem que eu não estou com minhas meias de seda, ainda bem. TOM (sentado): Cospe no joelho. É bom, não inflama.
WILLIE: Tá. (faz).
TOM: Os bichos todos fazem isso. Eles sempre lambem as feridas.
WILLIE: Eu sei. Acho que o principal foi minha pulseira, é. Caiu um dos diamantes. Onde é que será que está?
TOM: Não vai ser fácil achar não, no meio desse cascalho todo.
WILLIE: Mas deve dar, ele brilha muito. www.oficinadeteatro.com www.oficinadeteatro.com
TOM: Mas não