BYRON COXO
TRADUÇÃO: COM DON JUAN
Lucas de Lacerda Zaparolli de Agustini
1. Introdução
Decerto se sabe que lorde Byron é um prato cheio no âmbito dos Estudos da
Tradução. Porém poucas pessoas, como Onédia Célia de Carvalho Barboza e Daniel
Lacerda, com suas teses acerca do libertino inglês, refestelaram-se nesse prato cheio. O que doravante será dito provará ser mais que um prato cheio, será um banquete.
É grande acerto dizer que as poesias líricas byronianas, bem como a narrativa do jovem Childe Harold, reinaram supremas no imaginário artístico ocidental na maior parte do século XIX. Basta dar-se à surpresa de, em History of the Western Philosophy, do Nobel Bertrand Russel, deparar-se com o nome Byron entre Kant, Hegel,
Schopenhauer e Nietzsche. Mesmo Goethe chamou-lhe o maior nome do século. Foi o
“rei dos românticos”, não resta dúvida. E na quarta parte da obra machadiana aparece a marca Byron, com muita ironia.
Tudo isso diz bastante, mas nada acerca da obra-prima épico-satírica dele, o Don
Juan. Onédia constata o temor por essa obra gigante, “que sempre intimidou os franceses” do seguinte modo: “entre as traduções francesas parciais, na bibliografia fornecida pela edição de John Murray das obras completas de Byron, constam 3 de Don
Juan para 10 de Childe Harold” (Barbosa, 1975, p. 19). Sendo assim, acrescenta-se que, se o todo o Byron, morto em 1824, possuía duas traduções de suas obras completas para o francês em 1830 — e o Don Juan por Amedée Pichot e por Paulin Paris — aqui no
Brasil, onde estamos, quase 200 anos depois de sua morte, ainda um pouco longe da tradução de toda sua obra, incluindo suas apetitosas cartas, então:
1) Qual é, como é e onde se situa o banquete da tradução byroniana?
2) O que se tem do Don Juan e das outras obras da maturidade na última flor do
Lácio?
3) Como foram cometidas essas traduções?
Submissão em 30.05.2013; aceitação em 10.07.2013
AGUSTINI – O pé em que anda o Byron coxo no Brasil da