Romantismo
"No Brasil, ultra-românticos foram os poetas-estudantes, quase todos falecidos na segunda adolescência, membros de rodas boêmias, dilacerados entre um erotismo lânguido e o sarcasmo obsceno. Os que dobraram a casa dos vinte e cinco acumularam os fracassos profissionais e os rasgos de instabilidade, confirmando a índole desajustada desses 'poetas da dúvida', a que faltam por completo a afirmatividade dos românticos indianistas e a combatividade dos condoreiros."
(José Guilherme Merquior)
A ORIGEM
Alguns anos depois da introdução do Romantismo no Brasil, a poesia ganha novos rumos com o aparecimento dos ultra-românticos. Esses poetas, desinteressados pela vida político-social, voltam-se para si mesmos, com uma atitude profundamente pessimista diante da vida. Vivem entediados, sem perspectivas, sonhando com amores impossíveis e esperando a morte chegar.
Os poetas da segunda geração do Romantismo, eram na sua maioria, jovens universitários do Rio de Janeiro e de São Paulo. Levavam uma vida desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, os casos amorosos e a leitura de obras literárias européias. A maioria deles morreu com pouco mais de 20 anos de idade. Eles copiavam o estilo de vida dos escritores românticos europeus Byron e Musset, essa geração se caracterizava pelo espírito do "mal do século", quer dizer, por uma onda de pessimismo doentio diante do mundo, que se traduzia no apego a certos valores decadentes, tais como a bebida, o vício, e