Burguesia
OUTRO
Este trabalho foge um pouco do espírito deste blog, por não tratar diretamente da questão étnica. No entanto, foi uma das pesquisas em que mais aprendi sobre como a História pode ser estudada a partir de novos ângulos. Examina as transformações dos papéis do homem e da mulher no sistema capitalista em formação. Com base nas idéias de dois textos que estudam com muita originalidade este período histórico (o Capítulo 3 de “Os Excluídos da História”, em que a autora, Michelle Perrot, investiga “a dona-de-casa no espaço parisiense no século XIX”; e o livro “O nascimento das fábricas”, de Edgar de Decca), verificamos como a mulher proletária explorou os espaços de liberdade que lhe foram dados pela sociedade capitalista em formação e como as classes dominantes reagiram.
É uma visão muito interessante e até divertida. Merece nossa atenção, não só por isto, mas pelo muito que ensina sobre o mito da eficiência da sociedade capitalista e pelas múltiplas formas que assume a ação das classes dominantes para impedir a ascenção dos dominados.
Em 1853, Napoleão III contratou engenheiros ingleses para uma obra inusitada: uma moderna lavanderia pública, planejada de forma a proporcionar a espantosa e decantada eficiência das fábricas que estavam revolucionando a Europa. Como numa fábrica, o projeto previa a dissociação das diferentes operações exigidas pela lavagem de roupas, numa