Brincadeiras e jogos
Nilma Guimarães*
Objetivos
1) Considerar outros usos da linguagem, além da linguagem verbal;
2) Trazer os mais diversos tipos de códigos, imagens e sentimentos para a sala de aula, considerando-os como texto e linguagem.
Ponto de partida
A seguinte afirmação de Maria Helena Martins: "Em nossa escola não há lugar para a 'pedagogia da imaginação': pelo menos enquanto não se efetive a valorização da coexistência de intuição e intelecto no processo de criação e fruição das linguagens, no processo de ensino e aprendizagem em geral."
Comentário
Ver poesia na imagem de uma criança que acaricia o rosto da mãe, construir uma história a partir de uma fotografia de Sebastião Salgado, emocionar-se apenas com a melodia de uma canção, contemplar a beleza dos delicados movimentos de uma coreografia... Tudo é texto...Tudo é linguagem.
Contraditoriamente, a escola, espaço no qual deveriam transitar os mais diversos tipos de códigos, linguagens e sentimentos, desconsidera quase sempre qualquer uso de linguagem que não seja o verbal, sobretudo o escrito.
O desenvolvimento da intuição, da imaginação e da criatividade como instrumento de apreensão do mundo e, conseqüentemente, como fundamento para a percepção da realidade parece constituir uma problemática bastante complexa e paradoxal dentro e fora de nossas salas de aula.
Tal complexidade resulta da dificuldade em se valer simultaneamente da intuição e do intelecto, da emoção e da razão, do sentido e do raciocínio, sem que um necessariamente anule o outro. De maneira equivocada, pressupõe-se o primitivismo da intuição e da emoção, caracterizados como elementos avessos ao pensamento racional e lógico, próprio das sociedades modernas e civilizadas e da instituição escolar. Assim, parece não haver lugar para o sentido ou para a emoção nos espaços destinados ao conhecimento, ao cientificismo, ao racionalismo.
O excesso de imagens e apelos visuais surge na